terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Calma

Uma poesia, uma arte ou uma crônica? Não sei, tanto que deixei pra colocar o título por último, como manda o figurino e a minha professora da 4ª serie no Universo do Guri.

Tinha mais de 2 meses que eles nem se viam. Pelo telefone estavam se falando cada vez menos. Tudo bem que o melhor para os dois era se afastarem; mas até hoje eu tenho dúvidas se eles conseguiriam, não fossem os 40Km que separavam as suas casas.
Antiromântico e antipoético uma estrada separar dois corações. Ainda mais em tempos atuais, onde os que prezam pelo romance fazem as mais inusitadas coisas para impressionar e mostrar que o amor rompe barreiras, alem daqueles que em contrapartida desistem dessas coisas de flores, etc...
Mas foi assim mesmo que tudo aconteceu. A menina tava triste, com dúvidas no seu coração. Sabia até que era capaz de resolver aquilo tudo, mas não sabia se queria. Como seria possível isso, se tudo o que ela mais queria era ele alí? Para ele, era ela pra tudo. Pra quando tava triste... qualquer tipo de tristeza. Para quando tava feliz, simplesmente morrendo de saudade. Até pra quando tava embriagado, quando sua risada parecia boba, mas quando era mais sincero e dizia até que lhe amava. E para ela, ele tambem era tudo. Tudo que fazia ela sorrir, que fazia ela descansar, que fazia ela sentir uma forma verdadeira de amor.
E nos contratempos da vida ela resolveu mudar. Talvez o problema tenha sido esse. Talvez se ele tivesse resolvido mudar... mas não foi. Ela resolveu mudar. Fez na sua cabeça uma lavagem cerebral daquelas que nos autofazemos quando queremos nos convencer de uma coisa que não achamos, sabe? Pois é. Começou a achar que o amor declarado perante litros de cerveja era a mentira que não conseguia dizer quando estava sobrio. Começou a achar que a afinidade era forçada e que ele nem tinha tanto a ver com ela. Começou até a achar que o amor que existia entre os dois, e que pelo menos aquilo era real, não passava de mais uma forma que o charlatão usou para prendê-la. E tudo começou a desandar...
E foi assim que se desaproximaram... que os 40 Km tornaram-se uma viagem... que até a cor das suas cútis era um sinal de disparidade.
E foi numa madrugada dessas que ele resolveu se despedir. E eles se despediram. Obviamente que foi numa madrugada de lua cheia. Acho até que não foi coincidência. Acredito que a lua o animou. Telefonou e ela antes de atender pensou que ele estava bebado. Após ela se mostrar tendenciosa a aceitar uma visita sua, ele pediu 5 minutos, dizendo que ligava rapidamente, que ia apenas fazer xixi. Botou uma roupa, passou o perfume que ela gostava e entrou no carro naquele comecinho de madrugada. Ligou denovo só do carro, acho até que cumprindo o prazo prometido. E ela só acreditou que ele estava enfrentando os 40 Km quando ele businou muito, até ela pedir pra ele parar! Desligaram e cada um curtiu a mesma ansiedade que tiveram da primeira vez que se encontraram. Nos dois o sentimento de não caber em si de alegria. Uma alegria de ver o amor, de saber que o amor ta chegando e que são so minutinhos que os separam. Mas, interrompidamente vinha tambem a certeza de que seria a ultima vez... E foi. A noite foi maravilhosa pros dois, o beijo, os carinhos.
Não mais se viram. Uma troca de telefonemas de 3 minutos na data dos aniversarios e nada mais. E de vez em quando algumas lembranças que os fazem se lembrar de tudo e até escrever textos em prosa, dizendo que é crônica.

4 comentários:

Fernanda disse...

É fim?
Quando quase chega e ainda assim há possibilidade de voltar atrás, mas há sempre?
Eba!! Postou!!!!!!!!

Daniel Farias disse...

usando a terceira pessoa hein? rum...
decente. sua cara.

acende um versinho disse...

Aeee!!! Adorei os passarinhos! Esse texto eu já tinha lido! Agora completou a roda e começou de verdade!! =)

Anônimo disse...

Passei e li... :)