terça-feira, 4 de março de 2008

versículo

foi assim: deus criou o mundo, com seus rios extensos, suas montanhas grossas, seus ventos fortes. enfim, encheu tudo de terra, água e ar, caprichando aqui e ali e inventando formas. tudo certinho, no ponto. equilíbrio. e o fogo? o fogo deixou para o homem, que criou assim, sem pensar muito, só pra ver algo circulando "por vontade própria".

passou algum tempo e aquele jogo já começava a encher. faltava alguma coisa. então deus, poeta que é, resolveu criar o paraíso e batizou de mulher. pôs um cheiro... um jeito... pôs olhos fundos com mais mistérios que o mar. pôs sobre os cuidados da lua. e pôs tanta vida ali que achou por bem ceder o dom de gerá-la. criou a ironia, o jogo, a mágica. tudo, assim, perfeito.

coitado do homem, a essa altura já feito. como é bobo, coitado. baba tentando aprender a decifrar todos os códigos. e como é babaca! ele é assim, quando não tem o que quer subestima. e convence alguns colegas de que são superiores. alguns. outros as seguem.

e para chegar ao paraíso é preciso redimir-se. deixar de ser homem e tornar-se humano. feito criança que pede colo com sono, aconchego no frio e ombro no choro. miúdo, pequeno, pequeno... só assim é possível alcançar o paraíso, fazer com que ele o ame. e para isso é preciso apaixonar-se e deixar que o resto se faça. entregar-se derretido nas mãos do destino que acolhe e ama.

deus criou o paraíso e pôs o nome de mulher. e achou aquilo tão perfeito que se fez numa.

foi assim que foi. é assim que é.

2 comentários:

cicero disse...

=))
ÊÊêê... bão demais!

Anônimo disse...

genial!