quarta-feira, 26 de março de 2008

cinza

O calor andava insuportável. Insuportável. Suava-se mesmo parado. Uma vontade de ficar pelado! O sol pelando no asfalto e seus raios queimando a pele. E ainda não era verão.

Mas à noite vinha a brisa, calma. Sentou-se pra ver o mar. não o viu. O céu também era negro e o horizonte era em qualquer lugar. No lugar das nuvens em seu passeio de sopro, a branca espuma das ondas deslizando devagar. Poucas estrelas e uma lua, nova.

Pedras pretas perto do esgoto, a lançar sombra para os ratos, rápidos. Ligeiro também o siri dançando camuflado na areia.

Era a vida passando, quieta. E ele parado, só pra ver. Não fez planos, não pensou no passado, não pesou o futuro e nem pisou na saudade. Não pensou em nada. Sua respiração acompanhava o silêncio. Encheu-se de vida, só. Veio o sono

E o domingo nasceu-lhe de um céu branco, vento brando e chuva invisível.

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